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Calhou que fosse na Alfredo da Costa o meu encontro com o mundo, pois aí aprendi a inspirar, sôfrego e com sucesso.
Muito antes da maternidade existiu por ali um sítio, o das Picoas, nome de quinta. Nota curiosa persegue a origem do topónimo: parece que se contaram, entre os proprietários da dita, duas senhoras de apelido Picão, a quem o povo na sua graça, improviso e por vezes maldade, chamou “as Picoas”, pegando o nome alcunhado.
Antigo o bastante foi este sítio. Já nas Memórias Paroquiais de Lisboa, 1758, aparece integrado nos sítios pertencentes à já existente freguesia de São Sebastião da Pedreira. Junto à Igreja, ao cimo da colina, a meio do caminho que ligava o chafariz de Andaluz a Palhavã (grosso modo a actual António Augusto de Aguiar), gozavam-se os aprazíveis ares, lavados pelo vento.
Nestes meados do século XVIII existiam casas nobres na quinta, então propriedade do negociante lisboeta António das Neves Colaço, e uma ermida com a invocação de Nossa Senhora do Carmo (no dia da santa era concedida indulgência plenária aos que a visitavam) cuja devoção cessou no entretanto (1755?).
O certo é que nas Picoas (das quais pouco mais restava, então e hoje, que a denominada estação de metro e a rua) cresci, fui juvenil, saí quase adulto, voltei ao fim de anos e habito ainda agora, num mundo mais diferente e a que voltarei noutra ocasião.
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